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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

'Der Spiegel' diz que Polícia Militar do Rio de Janeiro é "pior do que gangues"

"Pior do que gangues". Esta é a forma com que a revista alemã Der Spiegel (Hamburgo) se refere à Polícia Militar do Rio de Janeiro na sua edição desta semana. A reportagem especial é assinada pelo correspondente do veículo no Brasil, Jens Glüsing, com detalhes sobre a ocupação do Conjunto de Favelas do Lins, na zona norte, no domingo passado (6), para implantação da 35ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na cidade. O título da matéria ainda complementa: "polícia do Rio é criticada nas favelas por medidas enérgicas".

A revista comenta o envolvimento de PMs da UPP da Rocinha na morte do pedreiro Amarildo de Souza, que teve repercussão internacional, a violência militar durante a ocupação do Complexo do Alemão, há dois anos, a truculência praticada pelos PMs contra manifestantes nos atos pacíficos que estão acontecendo na cidade e classifica o governo de Sérgio Cabral como mais violento do que a ditadura militar.

Segundo o Spiegel, a nova campanha de segurança do Estado visa contribuir com as autoridades na reconquista do controle das favelas às vésperas da Copa do Mundo. As UPPs visam reprimir a ação de traficantes dessas comunidades, "mas muitas vezes acabam por substituí-los com a sua própria regra brutal", destaca o veículo.

A reportagem de Jens relara a operação no Conjunto de Favelas do Lins, que aconteceu de forma pacífica, como a secretaria de Estado do Rio havia prometido. O repórter detalhou a operação que durou 50 minutos e o momento em que os policiais hastearam a bandeira brasileira "como anúncio de tudo o que o Estado recuperou". Nas linhas seguintes, a matéria explica que o complexo já havia sido dominado por grupos de traficantes perigosos, como também acontece na maioria das mais de 300 favelas do Rio de Janeiro. A Spiegel destaca que as UPPs "estão no centro da estratégia do governador do Rio, Sérgio Cabral Filho". O texto relembra que a polícia criou, inicialmente, unidades permanentes nas favelas, que só eram ocupadas durante operações especiais que terminavam em fortes tiroteio e morte de inocentes.

A matéria conta que a única operação que resultou em violência pesada foi a ocupação do Complexo do Alemão, um dos maiores complexos de favelas no Rio de Janeiro, terminando em vários dias de tiroteios. "Desde a introdução das UPPs, a taxa de homicídios caiu drasticamente. (...) Mas quanto tempo vai manter a paz? Entre os muitos moradores da favela, a força policial do Rio de Janeiro tem uma reputação pior do que as quadrilhas de traficantes criminosos. Eles são vistos como bandidos e assassinos - e muitas vezes com razão, como admite o secretário de Segurança Beltrame", destaca a matéria.

A revista relembra o caso do pedreiro Amarildo de Souza, supostamente torturado e morto por policiais militares da UPP da Rocinha, na zona sul da cidade e das muitas denúncias de moradores da comunidade que afirmam serem vítimas dos PMs. "Uma investigação feita por uma unidade especial chegou à conclusão de que ele [Amarildo de Souza] foi torturado com choques elétricos na presença do comandante da UPP do distrito e, eventualmente, assassinado. Seu corpo ainda está desaparecido. Ele provavelmente foi retirado da favela no porta-malas de um carro da polícia", relata a matéria.




Da Redação
com jornal do Brasil

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