Liberdade
de expressão é um anseio de várias gerações. As sementes democráticas vêm sendo
lançadas desde a Grécia antiga e os filósofos/estudiosos ou radicais deram seu
“sangue” para que essas pudessem germinar. No Brasil a liberdade d expressão veio com a
constituição do império, no entanto tal princípio constitucional desapareceu
nos governos militares. Em 1948, a criação da Declaração Universal dos Direitos Humanos assegurou a
"liberdade para transmitir informações e ideias por quaisquer meios
independentemente de fronteiras", no entanto vários líderes tenderam a cercear tal direito
tendendo para o autoritarismo e sufocando quaisquer estado democrático.
A divergência entre ideia e
direito de expressar-se pode ser o martírio que degradou diversas mentes
brilhantes ao longo do tempo. As aflições/tormentos causados pelo cessar do
pensamento ou ideia são muito bem expressadas no filme Americano “O Povo Contra
Larry Flynt”. Este trás um
excelente discurso acerca da democracia liberal. Dirigido
pelo cineasta checo Milos Forman. Flynt, fora dos cinemas, é o fundador e
principal editor da revista pornográfica Hustler.
Ao registra mulheres nuas e em
posições imaginadas por muitos, Flynt consegue despertar a ira social
conservadora regida a sua época. Processos, polêmica e a liberdade de expressão
em pauta deliberam e divergem opiniões, afinal, onde é o fim dessa liberdade?
Com excelentes atuações e cenas
incríveis o filme é um labor de força de vontade, determinação e luta no
enfrentamento da defesa de seus ideais. A pornografia representada é sucumbida
diante os belos diálogos orquestrados pelo Advogado Alan Isaacman (Edward
Norton). As cenas gravadas no tribunal são brilhantes, as falas
superinteressantes, repreendendo uma repressão insinuante e promovendo a
democracia reinante. A película trás referências memoráveis. Como nos disse
Voltaire, em sua máxima: “Não concordo com uma palavra do que você diz, mas
lutarei até a morte pelo seu direito de dizê-las”. Isso nos remete a reflexão
da máxima do filme. Será que o nú é realmente um atentado? Ou será um atentado
discriminar o nú?
“O Povo contra Larry Flynt” é uma
resposta as hipocrisias sociais, os argumentos da experiência fílmica provocam
inerentes reflexões e a liberdade de expressão ganha um contexto esplêndido e
lúdico em sua defesa.
Um dos momentos chave de toda a
história compara a violência social e guerrilheira com uma bela mulher nua. Em
um discurso emocionante Flynt chama a atenção para o fato de que a
violência, em nossa sociedade, é muito mais aceita do que a pornografia. Fotos
de assassinatos e guerras estampam as primeiras páginas dos principais
periódicos, mas os bicos dos seios de uma mulher não podem aparecer nas capas
de revista. Qual a lógica? Pergunta Flynt.
O filme tem como referência os fatos
ocorridos nos Estados Unidos, mas qualquer que seja a nação, se plantada em
valores morais conservadores, poderia ter sido representada no assédio a
liberdade contido na obra.
O retrato de universos distintos
registrados na história revela à disparidade de opiniões direcionadas as
próprias convicções. É importante atenuar quaisquer preconceitos, inverter o
conceito da ética e do direito, para quem sabe podermos nos libertar desse
grande defeito que é abusar e insistir nos nossos próprios conceitos, pois, a
democracia é um direito e dever estar para todos sem distinção ou preconceito.
Robson Elias
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