Por: Robson Elias
Como as empresas
de comunicação estão lidando com o conglomerado de informações produzidas por
pessoas “comuns”?
Jornalismo cidadão e,m protesto |
O
jornalismo de código aberto, cidadão, vem evoluindo com o advento das mídias
digitais. O espaço antes restrito e controlado pelos grandes conglomerados
empresariais, agora é livre e está à disposição de qualquer cidadão com acesso
a rede. Tal acesso tem permitido ao povo uma interatividade em cadeia, de modo
que instantaneamente qualquer fato tem virado notícia nos meios digitais antes
mesmo que os meios de comunicação formalizados tomem conhecimento da informação.
Caindo num verdadeiro paradoxo, as empresas de comunicação que deveriam
informar, dar a notícia, passam a serem informadas, recebem as notícias e,
quando as divulgam, acrescentam apenas o tom de credibilidade, pois todos já
sabem e conhecem tais informações.
Naturalmente
o meio evolutivo trouxe um novo meio de comunicação, a tecnologia e suas redes
comunicativas acabaram com o paradigma estabelecido pelas grandes e pequenas
corporações, outra forma de jornalismo se estabeleceu, o boca a boca virou
notícia de “Face em Face” e deu propriedade, asas ou vida ao jornalismo
cidadão. Não é para se espantar, mas o modelo de código aberto sempre foi usado
pelos veículos de comunicação, no entanto, a empresa tinha o total controle
acerca do que era divulgado. O surgimento de novas tecnologias com anexos como:
redes sociais e microblogs aboliu definitivamente a dependência do cidadão
comum dos veículos comunicacionais padrões. Dessa forma, perdendo terreno,
competindo com comunicadores independentes, gente muitas vezes do povo que não
tinha espaço para expressar sua opinião no meio existente, os grandes
conglomerados comunicacionais abriram as portas a esse público. Hoje existem
empresas com espaços privilegiados disponíveis a comunicação comunitária, não
só na internet, mas também na comunicação áudio visual.
Como
exemplos das afirmativas amplificadas acima é possível citar a Rede Correio de
Comunicação, suas diversas plataformas estão desenhadas de maneira à interagir
com o cidadão. Qualquer pessoa tem espaço garantido em qualquer interface da
rede, seja através dos métodos mais remotos – telefone, cartas – ou através das
novas tecnologias, redes sociais, site oficial ou microblogs. Com foco nesse
novo modelo de jornalismo cidadão ou participativo, a Universidade Estadual de
Campinas através do projeto original do Laboratório de Estudos Avançados em
Jornalismo (Labjor), desenvolveu o site Observatório da imprensa – nele é
possível, após um rápido cadastro, o envio de notícias, informações ou
quaisquer que seja o interesse público – poderá ser amplamente divulgado neste
meio comunicativo. Outra vertente perceptível na contemporaneidade é a adesão
dos meios midiáticos televisivos ao jornalismo comunitário, constantemente os
diversos programas exibidos diariamente em rede nacional têm proporcionado à
participação de internautas através de “hashtag”, as opiniões e informações dos
telespectadores têm espaço garantido nesses meios de comunicação de massa, os
quais também estão disponibilizando seus ambientes virtuais para interação
cidadã. Dessa forma, tais mídias usam as informações de pessoas comuns e
formalizam as notícias, uma maneira inteligente de competir os milhões de
publicações espalhadas nas diversas redes sociais.
A
amplificação dos modelos de jornalismo de código aberto tem aumentado na medida
em que surgem novas tecnologias. O advento do mundo digital abriu um número
infinito de janelas para o desenvolvimento da modalidade e os cidadãos cada vez
mais informatizados têm aproveitado esse espaço para interagir com as mídias
mais poderosas. Portanto,
hoje, mais do que nunca o cidadão sem formação alguma tem espaço garantido nos
grandes conglomerados da comunicação; é inegável que a modalidade cidadã tem
ganhado espaço e que os profissionais de carreira ao longo dos últimos anos vêm
perdendo o título de jornalista, ou melhor, perdendo espaço, credibilidade e
respeito diante de tantos “cidadãos jornalistas”, os quais muitas vezes sem a
propriedade adequada para composição de uma matéria escrevem sem a devida
obediência as normas e regras do jornalismo diplomado.
A
conclusão obvia do momento é que o controle do lead está sob o comando do povo,
as tecnologias e suas redes sociais ou de comunicação asseguram a manutenção
desse controle. A vertente que o jornalismo formal tem seguido,
tendenciosamente, tem agregado as postagens ou informações populares ao seu
roteiro informativo. Em outras palavras é a seleção do que é útil em detrimento
da construção de um jornalismo agradável, de certa forma o povo está sabendo
que seu pensamento está sendo disseminado nos diversos conglomerados de mídia.
De Primeira-PB
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