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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Análise: o que comprar a Nokia significa para a Microsoft?

Multinacional americana, a Microsoft aposta nos smartphones da Nokia em um momento de renovação da empresa.


Hoje acordamos com a notícia que muita gente esperava que fosse acontecer mais cedo ou mais tarde: a aquisição da Nokia pela Microsoft. Por US$ 7,2 bilhões, agora os smartphones Lumia e os celulares Asha têm um novo lar. Mas o que isso significa para o Windows Phone e, em um contexto maior, para a Microsoft?

O Windows Phone chegou depois, no final de 2010, quando iOS e Android já dominavam a cena e ainda não davam sinais de desaceleração. Essa demora permitiu à Microsoft analisar os dois sistemas dominantes e captar deles suas melhores características: do iOS, as diretrizes mais rígidas de hardware que garantem ao aparelho funcionar bem; e do Android, o modelo de licenciamento (mais ou menos) parecido.

Na prática, essa mistura de características teve um impacto mediano. É impossível encontrar um Windows Phone que dê gargalo, que tenha desempenho ruim. Mesmo os mais simples, como o Lumia 520 (modelo mais vendido da Nokia), é rápido. Já a diversidade de parceiros OEM, um dos trunfos do Android e o principal responsável por colocar o hardware da plataforma na vanguarda, parece não ter engrenado. Culpa da Nokia ou da Microsoft? Ou das duas?

Fato é que desde o fatídico memorando da “plataforma em chamas” de Stephen Elop, a Nokia virou uma parceira interessadíssima. Dá para achar smartphones com o sistema da Microsoft feitos por HTC, Samsung, Huawei e algumas outras, mas em uma análise mais profunda se nota, sem dificuldades, que o Windows Phone se tornou sinônimo de Nokia: no último trimestre, 81% dos Windows Phones vendidos vieram da empresa finlandesa. Não é pouca coisa.

A aquisição, que deve ser concluída no primeiro trimestre de 2014, abrange a divisão de dispositivos e serviços da Nokia (e 8500 patentes relacionadas) e traz de carona o direito de uso do Nokia HERE, serviço de mapas que continua sob a tutela da empresa (junto com a Nokia Siemens Network e a divisão de tecnologias avançadas), além de uma licença para uso das patentes da NSN. Embora no papel o negócio pareça com o do Google-Motorola, na prática as consequências deverão ser distintas — e mais arriscadas.

Negócios similares, implicações diferentes

O Google não teve pressa alguma em interferir na Motorola. Bateu na tecla, a mesma em que a Microsoft agora bate, de que a aquisição não afetaria o relacionamento com outras fabricantes. Essa promessa era mais fácil de ser cumprida lá: com o Android aquecido e muita gente fazendo muito smartphone com o sistema, o Google poderia se dar o luxo de manter a Motorola quieta, apenas atualizando sua linha Droid nos Estados Unidos e lançando modelos intermediários e de baixo custo em países-chave (como os D1 e D2 no Brasil) sem correr o risco de perder espaço. Isso deu tempo e tranquilidade para que, em um mercado saturado como o do Android, a Motorola do Google surgisse com um aparelho inovador — o Moto X.

No caso da Microsoft, mesmo tendo tomado o terceiro lugar da BlackBerry em vendas e estar em uma curva ascendente nos últimos trimestres, ainda há muito trabalho a ser feito em cima do Windows Phone. E sendo a Nokia responsável por 81% das vendas do sistema, definitivamente não há tempo a perder.


A menos que algo muito inesperado aconteça lá dentro, é bem provável que os esforços sobre os Lumias sejam intensificados. Com os cofres da Microsoft para bancar a operação no vermelho por um bom tempo, esse parece ser o tipo de liberdade que deve dar à divisão de smartphones a tranquilidade para continuar rumo à meta de 15% do mercado para o o sistema até 2018.

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